Casa em Aspen é o refúgio perfeito para esquiar em familília
Texto Carol Scolforo | August 14, 2017
Subir num avião e escapar para as montanhas do colorado é tudo o que deseja os brasileiros fãs de esqui e aventuras ao ar livre. Graças à calorosa casa pensada por Patricia Martinez, as viagens tendem a aumentar. Faça sol ou caia neve.
A neve pode até ser a principal atração de Aspen, mas não sintetiza a felicidade desta família brasileira por lá. Entre novembro e março, tomada pelo branco puro, a região ferve abaixo de zero grau – é quando assume o posto de melhor point para esquiar nos Estados Unidos. Contudo, durante o ano todo, o espírito naquelas montanhas é de liberdade, aventuras outdoor e descobertas de pequenos paraísos próximos, como Maroon Bells.
Há 18 anos, o empresário, a economista e seus dois filhos cruzam as Américas em busca desses ares. Até 2016, alugavam uma casa de veraneio. Numa dessas viagens, se hospedaram em local distinto do habitual e perceberam o valor de Snowmass – um dos quatro picos do complexo de esqui, completado por Aspen Mountain, Highlands e Buttermilk. “Nenhum outro ponto tem essa diversidade de pistas, que vai da infantil à Double Black Diamond, a mais complexa”, conta a proprietári
Foi assim que decidiram adquirir esta residência de generosos 560 m², cravada na colina. Construída na década de 1990, ela havia passado por algumas reformas até chegar às mãos da arquiteta paulistana Patricia Martinez, que a transformou em um sofisticado shelter. O negócio só foi fechado depois que ela e a professora de esqui se certificaram da condição ski-in/ski-out do local – como se chamam as propriedades à beira da pista, onde basta vestir o equipamento e abrir a porta para deslizar montanha abaixo. Se há neve, o quarteto só volta para o abrigo ao entardecer. Quando ela derrete, a diversão é pedalar nos arredores.
O refúgio está sempre disposto a receber amigos, com flores, aromas e queijos e vinhos sobre a mesa. Nas suítes dos hóspedes, eles se surpreendem ao ver a própria foto exibida em um porta-retratos – gestos que mostram uma anfitriã entregue e dedicada. “É para que se sintam em casa”, explica ela. Tudo evoca uma aura suave, em sintonia com o traço de Patricia, que trouxe formas orgânicas, femininas, de clima contemporâneo e clean. “Não queríamos nada pesado ou luxuoso, e, sim, um canto confortável, prático e acolhedor”, define a moradora.
A renovação exigiu bastante da arquiteta: foi um ano inteiro de viagens a cada 40 dias, em que a parceria com um escritório americano, oMenendez Architects, se fez essencial a fim de adequar o projeto às regras do país. Uma questão difícil foi abrir os rasgos enormes que revelam a vista das colinas: panos de vidro maiores que esses eram contra as normas de segurança da região.
Para os interiores, o pedido do proprietário era um décor bem claro – tons neutros de carvalho, castanho, caramelo, preto e off-white se equilibram em camadas de profundidades variadas. Reforçam a sensação de acolhimento as texturas ultraconfortáveis que sua mulher priorizou. “Ela é bastante sinestésica. A casa abraça de diversas formas”, observa Patricia.
Nos detalhes, nas luminárias escultóricas ou ainda na coleção de arte que traz nomes notáveis como Julio Le Parc, Laura Vinci e Eduardo Coimbra, tudo se combina de maneira sutil – nada intencional, conta a economista. “Aqui tem o que me enche o coração. As obras dialogam com outras sem querer. A emoção me conduziu mais do que a razão.” Longe dos excessos, a família usa todos os espaços e vive o flow descomplicado de pé – ou esqui – no chão. Bem diferente da agitada rotina no Brasil.
*Matéria publicada em Casa Vogue #383 (assinantes têm acesso à edição digital da revista)
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